Sobre o polvo,disse o escritor norte-americano William S.Burroughs tratar-se de uma criatura "altamente emocional".Metáfora poética? Delírio de um opiómano assumido?Não,à luz de estudos recentes,certeza científica.Quer o polvo quer a sua prima a lula sofrem e são capazes de pensamento complexo,implicando até a utilização de ferramentas.Mas só na Nova Zelândia,no Canadá e na Noruega é que os cefalópodes são abrangidos pelas leis de protecção dos animais.Na União Europeia são cozinhados vivos e usados sem restrições nos laboratórios.Os cientistas-,e,antes deles,Burroughs-já disseram o que tinham a dizer sobre o polvo.Falta que quem de direito retire consequências.Ou então considere-se o Homem uma criatura a quem o sofrimento das outras não comove.
In Correio da Manhã
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